08 de Dezembro de 2024

Minuta golpista previa prisão de Gilmar, Pacheco e Moraes e novas eleições

Bolsonaro pediu retirada do texto de dos nomes de dois "alvos", mas não o de Alexandre de Moraes

Quinta-feira, 08 de Fevereiro de 2024 - 09:37 | Redação

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Minuta golpista previa prisão de Gilmar, Pacheco e Moraes e novas eleições
O ex-presidente Jair Bolsonaro continua na mira da Polícia Federal e do STF (Adriano Machado/Reuters)

A investigação da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder descobriu uma minuta golpista previa prisão dos ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). As informações são do G1.

As informações constam da decisão de Alexandre de Moraes que embasa uma operação deflagrada nesta quinta-feira (8) contra militares e ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente foi obrigado a entregar o passaporte e proibido de falar com investigados.

Segundo as investigações, a minuta de golpe foi entregue a Bolsonaro por Filipe Martins (preso na operação desta quinta-feira) e Amauri Feres (alvo de busca). Bolsonaro pediu que os nomes de Pacheco e Gilmar fossem retirados do documento, mas não o de Moraes, nem do trecho que previa a realização de novas eleições.

Segundo a PF, a agenda de Alexandre de Moraes era inteira detalhada para que o ministro fosse acompanhado em tempo integral e, caso houvesse o golpe militar planejado pelo grupo, ele pudesse ser preso.

Além disso, as investigações descobriram que militares da ativa pressionaram os que eram contrários ao golpe para tentar fazê-los aderir, e que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, recebeu um pedido de R$ 100 mil para ajudar na organização de atos golpistas.

A PF descobriu ainda que o PL, partido de Bolsonaro, foi usado para financiar narrativas de apoio de ataques às urnas. O ápice dessa estratégia foi a apresentação pela coligação da candidatura à reeleição do então presidente, em dezembro de 2022, questionando o resultado da eleição.

Os alvos de busca e apreensão:

  • General Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil;
  • General Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
  • Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha;
  • Anderson Torres, delegado da PF e ex-ministro da Justiça;
  • Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro;
  • Tercio Arnoud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro, conhecido como um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”;
  • Ailton Barros, coronel reformado do Exército.

Os alvos de mandados de prisão:

  • Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro (preso na casa da namorada);
  • Marcelo Câmara, coronel do Exército ex-assessor especial de Bolsonaro;
  • Coronel do Exército Bernardo Romão Correa Neto;
  • Rafael Martins de Oliveira, major do Exército.

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