13 de Outubro de 2024

Casos de estupro aumentam 32% em 2017 no DF

Terça-feira, 09 de Janeiro de 2018 - 07:02 | Redação

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Casos de estupro aumentam 32% em 2017 no DF

As notificações de estupro no Distrito Federal aumentaram 32,4% em 2017 em relação ao ano anterior. A informação foi divulgada pela Secretaria da Segurança Pública de da Paz Social do DF.

Foram registrados 883 casos de estupro no ano passado, contra 667 ocorrências em 2016. Cabe ressaltar que os números se referem apenas aos estupros que geraram denúncias policiais; o número real, portanto, certamente é maior, já que a subnotificação é comum neste tipo de crime.

Ainda de acordo com a secretaria, em mais da metade dos casos – 59% - havia vínculo entre agressor e vítima. Em 39% das ocasiões, o crime se deu na residência de uma das partes. Previsivelmente, meninas e mulheres constituem a maior parte das vítimas (quase 90%). Dos 883 casos, ainda, 543 tiveram como vítimas pessoas vulneráveis, como crianças e adolescentes.

Na análise de Edval Novaes, secretário da Segurança Pública e da Paz Social do DF, o aumento de casos tem relação com campanhas do governo contra a subnotificação.

O secretário reafirmou a importância da denúncia, pois “o primeiro passo é o registro ser feito na delegacia, para que a polícia possa atuar e, consequentemente, a pessoa ser julgada e, eventualmente, presa”.

Novaes admitiu que o combate a esse tipo de crime é difícil, uma vez que envolve diferentes setores, como educação e assistência social, e por geralmente ocorrer em casa e entre pessoas conhecidas.

Cleide Lemos, integrante do Fórum de Mulheres do DF, disse que esse tipo de crime persiste “porque a cultura não está sendo alterada”. Ela lembra que o estupro é uma violência estrutural, consequência machismo na sociedade brasileira: “está ligado a uma forma de ver o mundo e de encarar as mulheres como objetos e patrimônio”, alertou.

Cleide, que é consultora legislativa do Senado Federal, disse que é possível adotar políticas públicas de prevenção do estupro, como discussões sobre gênero nas escolas – ideia rechaçada entre os setores mais conservadores da sociedade e do Congresso -, melhoria na iluminação das cidades e ocupação dos espaços públicos. Para Cleide Lemos, “algumas questões de urbanização podem contribuir para garantir um ambiente de mais segurança para as mulheres”.

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