Cassems pede a médicos prorrogação de atendimento após rescindir contrato

O atendimento feito pelos médicos da Cooperativa dos Otorrinolaringologistas de MS aos servidores públicos estaduais, que deveria estar suspenso a partir de amanhã por conta da rescisão de contrato com a Cassems, será mantido até a próxima segunda-feira, 26 de agosto. A prorrogação foi anunciada hoje por meio de nota assinada pelo presidente da cooperativa, Edil Albuquerque Júnior.

De acordo com a nota, o pedido de prorrogação foi feito pela Cassems, que procurada por e-mail não se manifestou sobre a questão até o fechamento desta matéria. Os motivos que levaram à prorrogação não foram explicados, mas alguns médicos disseram que o atendimento aos clientes da Caixa foi prejudicado com a nova sistemática de atendimento.

O problema maior seria a falta de estrutura, por parte da Cassems, de realizar exames solicitados pelos médicos que passaram a prestar atendimento em substituição aos cooperados.  A maior parte deles não reside em Mato Grosso do Sul e não possui consultórios ou clínicas no Estado, dependendo exclusivamente da estrutura da Caixa para trabalhar.

É o caso do otorrinolaringologista Felipe Loureiro Damasceno Rocha, oriundo do Estado de Goiás. A decisão de centralizar as consultas e atendimentos é do médico Ricardo Ayache, presidente da Cassems, com aprovação dos conselheiros. A medida vem sendo duramente criticada pelos usuários do plano nas redes sociais.

Mesmo diante da rescisão contratual, a Cooperativa dos Otorrinolaringologistas explicou, também, por meio de nota, que “como sempre tem feito, mantém o diálogo aberto e busca chegar a um consenso com o plano de saúde para que os pacientes não sofram com a descontinuidade do atendimento”.

Esclarecimentos – O jornal Vox MS encaminhou e-mail à Cassems indagando a respeito do número de profissionais que irão substituir os 53 médicos até então contratados via cooperativa, mas não obteve resposta.

A assessoria de imprensa da operadora enviou cópia de release publicado em seu site, no qual não há qualquer menção a essa informação, argumentando que “A Cassems entende que a nota enviada anteriormente (o release) responde a todo e qualquer questionamento sobre o tema em questão”.

Clique aqui e leia o "release-resposta", na íntegra.

Entenda o caso – O contrato entre a Cassems e a Cooperativa dos Otorrinolaringologistas foi rescindido de forma unilateral, segundo os médicos, pela Caixa, em meio a negociações a respeito dos valores cobrados pelos serviços. A Cassems alega que a medida visa a reduzir gastos, que teriam saltado de R$ 500 mil para R$ 1,5 milhão mensal.

Com a rescisão, a Cassems contratou outros médicos, terceirizados, por meio de empresa que intermedeia mão de obra. Os termos do contrato e também o nome da empresa contratada são desconhecidos.

Nas redes sociais, clientes da Cassems vêm externando a preocupação quanto à possibilidade de queda na qualidade dos serviços prestados e também reclamando por terem que trocar de médicos por conta da rescisão com a cooperativa. A Caixa atende hoje 50 mil servidores estaduais e ainda seus dependentes, segundo o site da entidade.