Juiz determina quebra do sigilo telefônico de Geddel
Terça-feira, 04 de Julho de 2017 - 05:49 | Redação
Ao decretar a prisão preventiva do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira autorizou operação de busca e apreensão de aparelhos celulares do político e a quebra do sigilo telefônico dos equipamentos apreendidos. O objetivo é buscar elementos para comprovar os contatos de Geddel com a esposa do doleiro Lúcio Funaro, preso em decorrência das investigações da Lava Jato.
Na decisão, o juiz argumenta que Geddel entrou em contato por diversas vezes com a esposa de Funaro para verificar a disposição do marido preso em firmar acordo de colaboração premiada, o que pode caracterizar um exercício de pressão sobre Funaro e sua família. Segundo o magistrado, não é a primeira vez que o político tenta persuadir pessoas ou pressioná-las, lembrando o episódio em que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero acusou Geddel de atuar para a liberação da construção de um imóvel em Salvador.
Para o magistrado, há provas até o momento da participação de Geddel no esquema de irregularidades apuradas na Operação Cui Bono, que investiga o suposto esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal no período entre 2011 e 2013 e, se permanecer solto, ele pode atrapalhar as investigações.
“É que em liberdade, Geddel Vieira Lima, pelas atitudes que vem tomando recentemente, pode dar continuidade a tentativas de influenciar testemunhas que irão depor na fase de inquérito da Operação Cui Bono, bem como contra pessoas próximas aos coinvestigados e réus presos Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves e Lúcio Bolonha Funaro”, diz o magistrado em sua decisão.
Operação Cui Bono - Geddel Vieira Lima foi preso nesta segunda-feira (3) pela Polícia Federal por tentar obstruir a investigação de supostas irregularidades na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal.