PGR investiga se ex-assessor de Bolsonaro foi aos EUA para opinar sobre prisão
Paulo Gonet afirmou que ainda não estão reunidas todas as informações necessárias
Quinta-feira, 28 de Março de 2024 - 07:03 | Redação
A Procuradoria-Geral da República (PGR) está buscando informações cruciais sobre Filipe Martins para verificar se ele realmente viajou aos Estados Unidos em dezembro de 2022 com a comitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ). O procurador-geral, Paulo Gonet, argumentou que ainda não foram reunidos todos os dados necessários para analisar o pedido de liberdade provisória feito pela defesa de Martins.
"Ainda não estão reunidas todas as informações consideradas necessárias à análise do pedido de liberdade provisória apresentado por Filipe Garcia Martins Pereira", afirmou Gonet.
Filipe Martins foi preso pela Polícia Federal devido ao inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. As investigações indicam que ele teria assessorado no planejamento de uma minuta golpista que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ao solicitar a prisão de Martins, a PF informou que não havia registros de sua volta ao Brasil. Entretanto, a defesa apresentou documentos que alegam a permanência de Martins no país desde 30 de dezembro de 2022, apesar de constar na lista de passageiros do voo de Bolsonaro.
Devido a essa contradição, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a PF fornecesse informações adicionais sobre o caso. A Polícia Federal afirmou ter consultado o site do Departamento de Segurança Interna dos EUA, confirmando a ida de Martins aos Estados Unidos em 30 de dezembro.
No entanto, Martins apresentou um contraargumento, mostrando um documento que indica uma viagem entre Brasília e Curitiba em 31 de dezembro de 2022. Diante dessa nova reviravolta, a PGR solicitou o cancelamento dos passaportes de Martins e agora busca novas diligências.
Entre as novas diligências solicitadas pela PGR estão a obtenção de imagens do circuito interno na área de embarques do Aeroporto de Brasília. No entanto, o aeroporto alegou não possuir essas informações.
Gonet também pediu que o governo dos EUA seja oficialmente contatado para verificar se existem registros de entrada e saída de Martins em território americano, além de solicitar à Força Aérea Brasileira (FAB) informações sobre imagens armazenadas de embarques feitos no dia 30 de dezembro no aeroporto de Brasília.
Essas novas diligências são cruciais para esclarecer os fatos e determinar a veracidade das informações apresentadas pela defesa de Filipe Martins, em meio a uma investigação complexa e de grande relevância no cenário político e jurídico do país.