Programa do município leva mais de 20% dos inscritos a abandonar o vício
Quinta-feira, 01 de Junho de 2017 - 05:47 | Redação
O programa antitabagismo instituído em Campo Grande através de política nacional do Ministério da Saúde oportunizou que cerca de 20% dos inscritos abandonassem o vício somente este ano. Até maio, foram registrados 830 inscritos. Desse total, 630 participaram das sessões programadas e 158 abandonaram o vício.
No ano passado o programa recebeu 2.350 inscritos. Deste número, 1.762 participaram das quatro sessões estruturadas e 617 deixaram de fumar após a última sessão.
O tratamento é oferecido em 36 locais de atendimento distribuídos entre unidades básicas de saúde (UBS), de saúde da família (UBSF), hospitais e no Centro de Especialidades Médicas (CEM).
A pneumologista da SESAU, Ângela Queiroz, explica que, inicialmente, o paciente passa por uma avaliação (teste de Fargestron) para considerar se ele é um fumante leve, moderado ou pesado, dentre outras dimensões e definições relacionadas.
“Após a avaliação, o tratamento é realizado por profissionais de saúde de nível superior, passando depois por consultas individuais ou sessões de grupo de apoio, nas quais o paciente fumante entende o papel do cigarro na sua vida, recebe orientações de como deixar de fumar, como resistir à vontade de fumar e, principalmente, como viver sem cigarro”, diz.
Durante as quatro primeiras reuniões de grupo (ou consultas individuais) são fornecidos manuais de apoio com informações sobre cada uma das sessões estruturadas. Também são fornecidos medicamentos gratuitos com o objetivo de reduzir os sintomas da síndrome de abstinência à nicotina, mas não são necessariamente o fator principal para o abandono do vício.
A baixa conclusão do tratamento é reconhecida pelo Ministério da Saúde e é reflexo de diversas situações que comprometem o tratamento, como fatores emocionais dos pacientes. Aqueles que concluem o tratamento recebem alta médica e seguem normalmente com a vida, longe do cigarro.
O secretário de Saúde Marcelo Vilela destaca que é preciso que haja conscientização por parte das pessoas e, paralelamente, a gestão invista em ações de promoção à saúde, principalmente na questão do tabagismo, que anualmente é responsável pela morte de milhares de pessoas e um dos principais causadores de doenças respiratórias e cardiovasculares.
“Nós sabemos que a principal causa de morte no mundo é por conta de infarto ou outro problema vascular. E muito disso é causado pelas substancias encontradas no cigarro. Somente através da prevenção e da conscientização das pessoas nós podemos reverter essa situação e evitar que cada dia mais pessoas enfrentem os malefícios causados pelo fumo e seus derivados”, complementa.
Relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra um número preocupante: mais de R$ 7 milhões de pessoas morrem a cada ano no mundo por causa do consumo de tabaco.