20 de Setembro de 2024

Justiça manda Adriane Lopes repor estoques de medicamentos

Prefeita recorreu ao TJMS para não ser obrigada a comprar os remédios que estão em falta nas unidades de Saúde

Quarta-feira, 29 de Maio de 2024 - 15:22 | Redação

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Justiça manda Adriane Lopes repor estoques de medicamentos
Adriane Lopes posa para fotografia em almoxarifado da Secretaria Municipal de Saúde (Divulgação)

Acórdão da 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça manteve decisão da Justiça em primeira instância que determinou à prefeita Adriane Lopes (PP) a aquisição imediata de dezenas de medicamentos que estão em falta nas unidades de Saúde do município.

Na decisão, os desembargadores mantiveram ainda a multa de R$ 10 mil por dia, podendo chegar a R$ 500 mil, enquanto a decisão não for integralmente cumprida.

A determinação para que a gestão municipal refizesse os estoques de medicamentos que há meses estão zerados é do juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Individuais, Difusos e Homogêneos.

Na sentença, o magistrado condenou o município  a efetuar a aquisição de todos os insumos essenciais e medicamentos que constam na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (Remune) para abastecer o Almoxarifado, a Farmácia Central do Município (CAF – Coordenadoria de Assistência Farmacêutica) e as Unidades de Saúde da rede municipal de Campo Grande”.

Determinou ainda a manutenção, pelo município, da “da regularidade do abastecimento dos estoques respectivos, de modo a evitar que ocorra sua falta, sob pena de aplicação de multa diária de R$ 10.000,00 limitada a R$ 500.000,00“.

Tentativa de acordo

No total, 352 medicamentos compõem a Remune. Todos eles devem obrigatoriamente estar disponíveis na rede municipal de saúde.

Antes de ajuizar a ação, o Ministério Público Estadual (MPE) tentou várias vezes  firmar Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a prefeitura, sem sucesso, para sanar o problema.

Em procedimento anteriormente instaurado, o MPE já havia apurado as irregularidades e constatado que nas 83 unidades de saúde, à época, a maioria delas estava sem os medicamentos essenciais. Até dipirona estava em falta.

A Procuradoria Geral do Município recorreu da decisão ao Tribunal de Justiça, mas a condenação em primeira instância foi mantida. 

Compra no início do ano 

Matéria publicada no site da prefeitura informa que nos três primeiros meses deste ano o município teria investido aproximadamente R$ 8 milhões na compra de medicamentos para atendimento à população. 

Entre os medicamentos que serão regularizados, a prefeitura informou que estão o anti-hipertensivos, como o Losartana e o Enalapril, e antibióticos, entre eles a Amoxicilina e Azitromicina.

Segundo o município, a publicação de três atas de registros de preços no início de maio, com pedidos de diversos medicamentos, iria zerar o déficit. De acordo com a prefeita Adriane Lopes, apenas 16% dos medicamentos do Remune estariam em falta.

“Atualmente, o município encontra-se com 84% do estoque de medicamentos abastecido. Com a entrega dos itens por parte dos fornecedores, a previsão é de que ao menos 90% do estoque da Rede esteja regularizado nos próximos 15 dias”, informou, no dia 2 de maio, a prefeita Adriane Lopes.

Para a vereadora Luíza Ribeiro (PT), a conta é inversa. “São mais de 80% dos medicamentos do Remune que estão em falta, com pouco mais de 15% disponíveis nas unidades de Saúde”, disse a parlamentar ao rebater a prefeita na Câmara Municipal.

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