Temer exonera ministros para reforçar base na Câmara
Quarta-feira, 18 de Outubro de 2017 - 08:42 | Redação
O Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 18, traz a exoneração de dois ministros do governo do presidente Michel Temer: Fernando Coelho Filho , de Minas e Energia; e Raul Jungmann , da Defesa.
O motivo das exonerações – assinadas pelo presidente – não foi divulgado. Porém, tanto Coelho Filho (PSB-PE) quanto Jungmann (PPS-PE) possuem mandatos na Câmara dos Deputados e, exonerados, vão recuperar suas vagas. Com isso, próximo à votação a respeito da denúncia contra Michel Temer, os dois suplentes dos agora deputados perderão seus direitos ao voto.
Os suplentes dos ex-ministros são Severino Ninho (PSB-PE) e Creuza Pereira (PSB-PE), críticos ao governo. A manobra do presidente da República interfere também diretamente nas questões internas ao PSB, que está dividido.
Afinal, cabe ao líder da legenda nomear seus representantes para as comissões e, ao retornar à Casa, Delgado se torna o líder do PSB na Câmara. É previsto, portanto, que ele exclua da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) os deputados contrários a Temer.
Essa não é a primeira vez que Temer realiza manobras deste tipo para garantir sua vitória na Casa. Na primeira denúncia contra ele na Câmara, o presidente fez uma série de trocas em seu governo, retornando os ministros e autoridades aos seus cargos logo após a votação.
No caso de Jungmann, ele tem sido exonerado com mais frequência e sempre retorna ao cargo logo depois das votações de interesse do governo de Temer.
A denúncia - Temer, Padilha e Moreira Franco são acusados de atuar em organização criminosa junto a outros integrantes do chamado "quadrilhão do PMDB na Câmara". Também foram denunciados por esse crime os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o ex-assessor da Presidência Rodrigo Rocha Loures.
Nessa segunda denúncia contra Michel Temer, o presidente também é acusado de praticar crime de tentativa de obstrução à Justiça ao lado do empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F. A acusação se refere ao episódio de suposta tentativa de compra do silêncio do lobista Lúcio Funaro.