PMDB deverá punir contrários à reforma da Previdência
Terça-feira, 05 de Dezembro de 2017 - 13:10 | Redação
A bancada do PMDB firmou acordo para fechar questão em relação à votação da reforma da Previdência no plenário da Câmara dos Deputados . Isso significa que o peemedebista que não seguir a orientação do partido e votar contra a proposta poderá receber punição.
O acordo entre os deputados do PMDB pela aprovação da reforma da Previdência foi costurado pelo líder da legenda na Câmara, deputado Baleia Rossi (PMDB). A equipe do parlamentar confirmou ao iG que o trato pelo fechamento de questão estava, até o fim da tarde de ontem, "na iminência de ser sacramentado", e que ele deve ser anunciado em breve.
Para a decisão ser sacramentada, é necessário o aval da executiva nacional do partido, que ainda irá se reunir para discutir o tema. Caso o fechamento de questão seja efetivado, qualquer um dos atuais 60 deputados do PMDB que descumprirem a orientação poderá ser punido com a suspensão temporária de suas funções partidárias. Isso pode implicar no impedimento do deputado em participar de comissões na Câmara, e de exercer atividades na bancada do partido e nos diretórios da agremiação.
Escudeiros de Temer - Confirmando a medida, o PMDB será o primeiro partido a fechar questão a favor da reforma da Previdência – o que é visto com naturalidade, uma vez que é o partido do presidente Michel Temer, principal interessado na aprovação da proposta de emenda à Constituição que altera as regras para o acesso à aposentadoria.
O partido já adotou essa estratégia de exigir determinada posição de seus integrantes em outras votações de interesse de Temer, como naquelas que acabaram por rejeitar as denúncias oferecidas contra o presidente .
Também em defesa de Temer, o conselho de ética do partido decidiu expulsar a senadora Kátia Abreu dos quadros da legenda. Ex-ministra e aliada de Dilma Rousseff, Kátia vinha fazendo reiteradas críticas contra o presidente Temer.
A reforma que parou - Considerado "fundamental" pelo Planalto para o equilíbrio fiscal, o pacote de alterações nas regras para o acesso à aposentadoria ainda não tem data para ser votado no plenário da Câmara dos Deputados.
O texto da reforma está pronto para ir à votação desde maio, mas teve sua tramitação interrompida por conta do surgimento das denúncias contra o presidente Temer.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem reconhecido que não agendou a votação até agora pois o governo ainda não possui os votos suficientes para aprovar o projeto. Ontem, no entanto, o parlamentar indicou que o governo poderá garantir até 325 votos a favor da reforma da Previdência – mais do que os 308 necessários para a aprovação.