Consumidor do MS vai pagar por furto de energia no norte do País
Quinta-feira, 12 de Julho de 2018 - 07:28 | Redação
Projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional estabelece que todos os consumidores do País terão que arcar com os prejuízos que duas distribuidoras da região Norte sofrem com o furto de energia, os chamados “gatos”. A medida foi incluída no projeto relacionado à venda das distribuidoras administradas pela Eletrobras.
Segundo o relator da proposta, deputado Julio Lopes (PP-RJ), as distribuidoras beneficiadas pela medida são a Eletroacre e a Ceron, que atendem consumidores do Acre e de Rondônia, respectivamente. Ele diz não ter balanço do impacto final na conta de luz dos consumidores, mas informou que os prejuízos referem-se ao período de 2009 a 2018.
A medida, incluída no projeto relacionado à venda de seis distribuidoras da Eletrobras aprovado na terça-feira, 10, pela Câmara dos Deputados, prevê o repasse desses prejuízos para as contas de luz. As duas estão entre as seis distribuidoras hoje administradas pela Eletrobras e que serão leiloadas.
De acordo com o deputado, o objetivo da medida é "preparar" as empresas para serem privatizadas. Antes de virar lei em definitivo, a proposta ainda precisa ser analisada pelo Senado e ser sancionada pelo presidente Michel Temer.
Perdas - As distribuidoras do país precisam comprar energia para atender a toda demanda dos consumidores que estão na sua área de concessão, mas parte dessa eletricidade acaba "perdida" devido a problemas técnicos ou então por furto.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autoriza as distribuidoras a repassar para a tarifa uma parte das perdas que, calcula, essas empresas terão com esses problemas. Algumas, porém, têm perdas que superam o limite autorizado pela agência e acabam sofrendo prejuízos. É o caso da Ceron e da Eletroacre.
Mato Grosso do Sul - O rombo causado por fraudes e furto de energia elétrica em Mato Grosso do Sul alcançou R$ 46 milhões em 2015, segundo dados da Energisa/MS, um prejuízo com o qual o consumidor já arcou ao pagar a conta.
São Paulo – Em São Paulo, os consumidores que pagam suas contas de luz de acordo com o que realmente consomem sofrem um acréscimo de 17% em suas cobranças, por conta dos gatos alheios. Isso porque, para repor as perdas com os desvios de energia elétrica, a Light repassa parte do que é furtado para as faturas. Isso significa que, se um cliente em situação regular não precisasse arcar com o repasse decorrente das ligações clandestinas, uma conta de R$ 100 poderia baixar para R$ 83.
De acordo com a Light, o Rio é o estado onde mais se rouba energia no país. Do total de eletricidade distribuída na área de concessão da companhia, 23,9% são furtados, o equivalente ao consumo de todo o Estado do Espírito Santo.
Ainda segundo a Light, 55% dos gatos estão em regiões de maior poder aquisitivo, como Barra da Tijuca, Recreio, Ilha do Governador, Tijuca, Copacabana e Botafogo. Os outros 45% estão em comunidades.