Suspeito de atentado a bomba contra STF foi preso por contravenção em 2012
Francisco Wanderley Luiz teve prisão decretada em sua cidade natal, em Santa Catarina
Quinta-feira, 14 de Novembro de 2024 - 08:30 | Redação
Suspeito de cometer o atentado contra o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (13), Francisco Wanderley Luiz tinha passagem pela polícia e foi preso em dezembro de 2012. Ele é proprietário do veículo encontrado na cena do crime e morreu por conta de uma das explosões.
De acordo com a assessoria do governo do Distrito Federal, o autor do atentado morreu no local. Durante coletiva sobre a ocorrência, autoridades não confirmaram a identidade da vítima.
Dono do veículo, Francisco foi apreendido em flagrante por contravenção na cidade de Rio do Sul, Santa Catarina, onde foi candidato a vereador pelo Partido Liberal, sob a alcunha de “Tiü França”.
Ele pagou fiança, mas um mês depois, já em 2013, foi oferecida denúncia do crime pelo Ministério Público, durante o período ficou em liberdade e, na sequência, foi decretada sua prisão-albergue, modalidade em que se pode trabalhar durante o dia e retornar para o estabelecimento penal à noite.
A condenação foi revogada em agosto de 2014, quando o processo transitou em julgado e o Ministério Público requereu a extinção da pena, o que foi aceito pela Justiça.
Assim, Francisco pôde se candidatar a vereador em 2020, na cidade em que nasceu, Rio do Sul, em Santa Catarina SC), já com a ficha limpa. Francisco declarou ao Tribunal Superior Eleitoral ter R$ 263.000,00 em bens, incluindo um apartamento, três carros e uma moto.
Entenda o caso
Ao menos duas explosões foram ouvidas na noite desta quarta-feira (13) na Praça dos Três Poderes, na Esplanada dos Ministérios, centro de Brasília. Uma delas se deu em frente à estátua da Justiça, no Supremo Tribunal Federal. O local foi interditado pela Polícia Militar e pela segurança do STF.
Por volta de 19h30, houve uma primeira explosão em um carro que estava num estacionamento entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados.
No porta-malas do veículo, foram encontrados fogos de artifício e tijolos. O carro estava registrado no nome de Wanderley Luiz.
Cerca de vinte segundos depois, uma outra explosão ocorreu na Praça dos Três Poderes — que fica entre o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.
Segundo a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, Wanderley Luiz tentou entrar no STF, mas não conseguiu.
De acordo com as investigações e relatos de testemunhas, o homem tentou entrar no STF, jogou explosivos na marquise do edifício e mostrou que tinha artefatos presos ao corpo.
Um segurança do STF disse à Polícia Civil que Wanderley Luiz estava com uma mochila, de onde tirou uma blusa, que foi jogada na estátua que fica em frente ao Supremo.
Quando o segurança tentou se aproximar, o homem abriu a camisa e mostrou algo semelhante a um relógio digital, que parecia estar acoplado a uma bomba. Na sequência, ele lançou alguns artefatos, deitou-se no chão, acionou um explosivo e o colocou na nuca.