Adolescente confessa assassinato de professor universitário na Capital

Um adolescente de 17 anos de idade, cujo nome não foi revelado pela polícia, foi o responsável pelo assassinato do professor universitário Roberto Figueiredo. O corpo do pedagogo foi encontrado na manhã desta sexta-feira (13) em Campo Grande.

Um homem de 22 anos, flagrado enquanto dirigia o carro da vítima, também foi detido e outras duas pessoas estão sendo procuradas pela polícia. O adolescente foi capturado no Portal Caiobá, após o Jeep Renegade da vítima ser encontrado na região do Bairro Aero Rancho e o condutor, rapaz de 22 anos, ser preso no início da tarde desta sexta-feira.

O carro foi apreendido por uma equipe do Batalhão de Choque da Polícia Militar, que realizava patrulhamento na região sul da cidade após ter recebido informações de que o veículo do professor universitário havia sido visto transitando pelo local.

Na Rua da Divisão, nas proximidades da Rua Rachel de Queiroz, os policiais avistaram o carro e deram ordem de parada ao motorista, que ao ser abordado negou envolvimento no latrocínio. Ele afirmou que havia recebido o Jeep de outra pessoa, com quem algumas horas antes bebia cerveja.

Em nota, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que inicialmente o veículo da vítima foi visto na Avenida Guaicurus, mas o motorista (o mesmo detido pelo Batalhão de Choque) não obedeceu à ordem de parada e fugiu. Em função da fuga, os patrulheiros solicitaram apoio à PM, que conseguiu encontrar o carro.

Após ser detido, o motorista disse aos policiais que enquanto bebiam juntos, o adolescente teria lhe contado haver matado um homem e que “tinha se dado bem financeiramente”,  pois além do veículo, pegou também os cartões de crédito, usados para compras em lojas de conveniência, roubando ainda o notebook da vítima.

Desentendimento e morte

Na sequência, a dupla foi passear com o carro pelas ruas da Capital. Após a prisão do motorista, os policiais continuaram as diligências e chegaram até o adolescente nesta tarde. O garoto foi encontrado no Bairro Portal Caiobá e confessou ter matado Roberto.

O autor do crime foi encaminhado à Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (Deaij), onde relatou, de acordo com a delegada Daniela Kades, que mantinha relacionamento com Roberto.

Ontem, assassino e vítima teriam se desentendido e por conta disso o professor acabou sendo assassinado. Na sequência, aproveitou para roubar alguns objetos que estavam no imóvel e também o veículo.

Ainda na madrugada, diz ter se encontrado com colegas em um bar, de onde saíram pela cidade usando os cartões de crédito de Roberto. Depois, passou o cara para o rapaz que acabou sendo flagrado com o Jeep pela Polícia Militar.

Morto a facadas

Em depoimento, o adolescente contou ter chegado a pé na casa da vítima, onde o portão foi aberto por Roberto. Uma hora depois aconteceu a briga que resultou na morte do professor, a facadas. A arma utilizada foi uma faca de cozinha. O autor do crime negou que tenha dado pauladas na vítima.

O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos (Defurv) para onde o Jeep foi encaminhado. Outras duas pessoas que teriam bebido cervejas com os dois detidos, estão sendo procuradas.

Histórico do caso

O professor universitário Roberto Figueiredo, de 68 anos, foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira (13) na casa onde morava, no bairro Jardim São Francisco, em Campo Grande. 

O corpo da vítima foi encontrado pela irmã, que tinha o controle remoto do portão da casa, por volta das 4h de hoje.

"É muita maldade, não precisava. Se eles queriam roubar, eles podiam ter levado tudo. Meu irmão entregaria qualquer coisa, carro, moto, TV", afirmou Carla Renata Figueiredo, irmão de Roberto, bastante abalada.

Quem era Roberto Figueiredo

Graduado em História, Roberto era docente da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) desde 1985 e do Colégio Salesiano Dom Bosco de Campo Grande. Era um dos representantes docentes no Conselho Universitário (Consu) da UCDB, presidente da Associação dos Docentes da UCDB e aspirante a salesiano cooperador.

Sob sua coordenação, milhares de acadêmicos se formaram no teatro com o grupo Senta que o Leão é Manso, na dança, com o Ararazul, e na música com os grupos de Corda, Aves Pantaneiras e Coral UCDB. Roberto também era membro do Conselho de Proteção ao Patrimônio Histórico da capital.