03 de Dezembro de 2024

Barroso afirma que Forças Armadas foram manipuladas por más lideranças

Sem citar Bolsonaro, presidente do STF fez críticas à gestão do ex-mandatário

Terça-feira, 05 de Março de 2024 - 10:28 | Redação

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Barroso afirma que Forças Armadas foram manipuladas por más lideranças
O presidente do STF, Luis Roberto Barroso (Foto: Ascom/TSE).

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, fez duras críticas à politização das Forças Armadas durante um evento realizado nesta segunda-feira (4) em São Paulo. Em um evento promovido pela Faculdade de Direito da PUC-SP e pelo Centro Acadêmico 22 de Agosto, Barroso não poupou palavras ao expressar sua preocupação com o papel desempenhado por parte dos militares no cenário político brasileiro.

Barroso destacou que uma parte das Forças Armadas foi politizada devido a uma liderança inadequada, embora não tenha mencionado explicitamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ).

"Politização das Forças Armadas, que talvez tenha sido uma das coisas mais dramáticas para a democracia. Foram manipulados, arremessados na política por más lideranças, fizeram um papelão no TSE, convidados para ajudar na segurança, para dar transparência, foram induzidos por uma má liderança a ficar levantando suspeitas falsas", disse.

Ele fez críticas indiretas ao governo anterior, especialmente em relação à gestão da pandemia e à proteção dos direitos dos povos indígenas.

"Não é uma opinião, são fatos objetivos", enfatizou Barroso, ressaltando que a politização das Forças Armadas representa uma das ameaças mais sérias à democracia brasileira.

O ministro do STF também mencionou o episódio em que militares foram envolvidos em polêmicas durante as eleições, especialmente em relação ao papel desempenhado no Tribunal Superior Eleitoral. Ele criticou a forma como foram manipulados para levantar suspeitas infundadas.

"As investigações estão revelando que estivemos mais próximos do impensável do que pensávamos. Acreditávamos que tínhamos superado todos os ciclos do atraso institucional, mas nos deparamos com ameaças de golpe de Estado", afirmou Barroso.

O presidente do STF também apontou para o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para perseguir opositores e a concentração de manifestantes em frente aos quartéis, além de discursos destinados a desmoralizar as instituições democráticas.

"Isso culminou em 8 de janeiro de 2023, que não foi um processo espontâneo, mas sim uma articulação", concluiu Barroso, destacando a gravidade da situação e a necessidade de proteger a democracia brasileira.
 

 

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