Temer volta atrás e admite uso de avião da JBS
Quarta-feira, 07 de Junho de 2017 - 11:11 | Redação
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República divulgou nota hoje na qual afirma que em janeiro de 2011 o presidente Michel Temer, à época vice-presidente da República, utilizou um avião particular para levar a família de São Paulo a Comandatuba, na Bahia.
De acordo com a nota, Temer não pagou pelo serviço e não sabia a quem o avião pertencia.
Ontem, a TV Globo confirmou informação publicada pelo site O Antagonista, segundo a qual o diário de bordo do avião particular do delator Joesley Batista, entregue a investigadores da Operação Lava Jato, registra a utilização da aeronave pela "família sr. Michel Temer".
Segundo o diário de bordo, a ida foi entregue aos investigadores como forma de tentar comprovar a relação de proximidade de Temer com o empresário, o que o presidente nega.
Após a veiculação da reportagem pelo Jornal Nacional e pelo G1, a assessoria do Palácio do Planato informou que Temer havia utilizado um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) em uma viagem para Comandatuba em abril de 2011 e não em janeiro daquele ano.
"O então vice-presidente Michel Temer não foi a Comandatuba em janeiro de 2011. Ele foi no mês de abril para compromisso com o grupo LIDE e utilizou aeronave da FAB para seu deslocamento. Michel Temer também usou avião da FAB para deslocamento a Porto Alegre, no mês de janeiro", informou a assessoria.
Na nota divulgada nesta quarta, o texto da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República diz o seguinte:
"O então vice-presidente Michel Temer utilizou aeronave particular no dia 12 de janeiro de 2011 para levar sua família de São Paulo a Comandatuba, deslocando-se em seguida a Brasília, onde manteve agenda normal no gabinete. A família retornou a São Paulo no dia 14, usando o mesmo meio de transporte. O vice-presidente não sabia a quem pertencia a aeronave e não fez pagamento pelo serviço."
O registro do diário de bordo do jatinho de Joesley Batista será incluído nas investigações que começaram a partir da delação da JBS.
No último dia 7 de março, Temer manteve um encontro fora da agenda, às 22h30, com Joesley Batista na residência oficial do Jaburu. O empresário registrou o diálogo com o presidente por meio de um gravador escondido. A deleção de Joesley Batista resultou no inquérito que Temer responde por autorização do Supremo Tribunal Federal.