Temer indica que vai sancionar legalização dos jogos
Domingo, 22 de Outubro de 2017 - 07:14 | Redação
O presidente da República, Michel Temer, tem acompanhado o movimento forte pela legalização dos jogos no Brasil e indicou, há dias, que vai sancionar a lei se o projeto avançar no Congresso Nacional. Atualmente há duas propostas avançadas em tramitação, uma na Câmara e outra no Senado, prestes a entrar na pauta dos plenários.
Mais de 100 pessoas, entre deputados, investidores estrangeiros e defensores do setor prestigiaram na última terça-feira (17) jantar numa churrascaria de Brasília promovido pelo Instituto Brasileiro Jogo Legal, comandado pelo professor Magnho José, um dos maiores especialistas em jogos no País.
Líder da Frente Parlamentar pela Legalização dos Jogos, lançada recentemente, o deputado César Halum (PR-TO) conversa com o presidente Rodrigo Maia para que paute em novembro no plenário da Câmara Federal o substitutivo do PL 442/91 – que trata da autorização da volta de bingos e cassinos – já aprovado em setembro na comissão especial do marco regulatório após amplo debate em audiências públicas.
Tamanho do mercado - Estudo do Instituto Brasileiro Jogo Legal em parceria com o Boletim de Notícias Lotéricas esclarece que a legislação proibitiva não alterou o cenário de ilegalidade do jogo no Brasil, que movimenta, anualmente, em apostas clandestinas mais R$ 19,9 bilhões com o jogo do bicho (R$ 12 bilhões), bingos (R$ 1,3 bilhão), caça-níqueis (R$ 3,6 bilhões) e apostas esportivas e jogos pela internet (R$ 3 bilhões).
Segundo a entidade, o jogo legalizado movimenta cerca de R$ 13,5 bilhões - se somados os R$ 12,8 bilhões das loterias da Caixa Econômica Federal, R$ 400 milhões das Loterias Estaduais e R$ 300 milhões do turfe.
Ou seja, para cada R$ 2,50 apostados no Brasil, apenas R$ 1 vai para o jogo oficial. Mais de 20 milhões de brasileiros jogam todos os dias no jogo do bicho e mais de 10 milhões apostam em algum tipo de jogo pela Internet em sites hospedados fora do País.
Os estudos indicaram que o mercado de jogos do Brasil, com a legalização de todas as modalidades: cassinos, jogo do bicho, bingos, vídeo-bingos, vídeo-jogos, apostas esportivas e jogos online têm potencial de arrecadar R$ 59 bilhões bruto ou cerca de R$ 17,7 bilhões por ano em impostos.
Os contra - Mas a oposição à legalização também é forte. Um triunvirato que tem forte influência em vários setores do País: o Ministério Público Federal – que vê possível lavagem de dinheiro no negócio – as Igrejas católica e pentecostais e a TV Globo, que indicam o risco de ludopatia – o vício nos jogos.
Neste cenário, os envolvidos nas negociações para legalização apontam as motivações do triunvirato: a Igreja é historicamente contra, por questões tradicionais – embora libere em suas quermesses o bingo como brincadeira; o MP poderia criar comitês para fiscalização de bingos e cassinos, mas prefere priorizar investigação de crimes políticos; e a campanha contra da Globo é um mistério.
Mais mil empregos - Segundo os defensores dos jogos, estudos indicam que seriam gerados mais de 600 mil empregos diretos, através da formalização de 450 mil do jogo do bicho e criados pelo menos mais 150 mil novos postos de trabalho nas outras modalidades de jogos.
Além disso, mais de 560 mil empregos indiretos seriam computados com a cadeia produtiva do jogo. (índice de ‘0,94’ usado no ‘Modelo de Geração de Empregos do BNDES – Comércio’).
Pesquisa - Entre os dias 15 e 19 de agosto o instituto Paraná Pesquisas ouviu 2.802 pessoas sendo 1.457 mulheres (52%) e 1.345 (48%) homens a pedido da Coluna Esplanada.
Foram ouvidas mais 112 mulheres do que homens. O resultado de 45,6% a favor e 43,4% contra sobre a volta dos bingos e o empate técnico de 45,7% a favor e 45,5% contra com relação aos cassinos sabemos que os percentuais poderiam ser melhores.
Uma das curiosidades da consulta foi o fato das mulheres serem contra os bingos (53,3%) e cassinos (57,7%).
O comportamento negativo das mulheres frente aos jogos de azar pode ter sido uma influência direta da abordagem da personagem Silvana, interpretada pela atriz Lilia Cabral, viciada em jogo na novela ‘A Força do Querer’ no horário nobre da TV Globo, que no último capítulo assume a doença e se interna para tratar da patologia.
Fonte: Último Segundo
Blog Esplanada