03 de Dezembro de 2024

“Suicídio acontece”, diz Bolsonaro sobre a morte de Vladmir Herzog

Domingo, 08 de Julho de 2018 - 07:42 | Redação

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“Suicídio acontece”, diz Bolsonaro sobre a morte de Vladmir Herzog

Embora já tenha sido reconhecido como morto político em diversas investigações, entre elas uma conduzida pela Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, para Jair Bolsonaro (PSL) o jornalista Vladmir Herzog, torturado e morto pela ditadura militar no Brasil, pode ter cometido suicídio.

A declaração do pré-candidato à presidência da República Jair Bolsonaro sobre a morte de Herzog foi proferida no programa “ Mariana Godoy Entrevista ”, da RedeTV!.

“Lamento a morte dele, em que circunstância, se foi suicídio ou morreu torturado. Suicídio acontece, pessoal pratica suicídio”, disse.

O deputado federal questionou, ainda, que o Brasil tenha passado de fato por um período ditatorial após 1964. “Me defina o que é ditadura”, provocou.

Documentos liberados pela CIA, a central de inteligência norte-americana, apontam, contudo, que os generais que governaram o Brasil entre 1964 e 1985 sabiam e apoiavam a morte de opositores ao regime. Mais de 400 pessoas morreram ou desapareceram por se opor aos militares então no poder.

OEA discorda de posição de Bolsonaro sobre morte de Herzog

Nesta semana, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condenou o Brasil por negligenciar o direito da família do jornalista Vladimir Herzog de saber a verdade sobre sua morte durante a ditadura.

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, elogiou a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) de responsabilizar o Estado pela falta de investigação, julgamento e sanção dos responsáveis pela tortura e assassinato do jornalista Vladimir Herzog, em 1974. Segundo ele, a iniciativa reaviva o compromisso em favor da democracia e dos direitos humanos.

A sentença determina ao Brasil reiniciar a investigação e o processo penal pelos fatos ocorridos em 1975 para identificar, processar e, se necessário, punir os responsáveis pela tortura e morte de Herzog.

Também determinou reconhecer, sem exceção, que não haverá prescrição, por se tratar de crimes contra a humanidade e internacionais.

A Corte exige ainda que se promova um ato público de reconhecimento de responsabilidade internacional em desagravo à memória do jornalista, que se publique a sentença e que sejam pagas as despesas do processo. Contrariando a fala de Bolsonaro sobre a morte de Herzog, ele foi assassinado por torturadores no período em que esteve preso por determinação da ditadura.

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