Chuva de meteoros poderá ser vista de todo o País na noite do domingo
Sábado, 11 de Agosto de 2018 - 05:38 | Redação
Se você sempre quis observar uma chuva de estrelas cadentes, sua chance está neste fim de semana. Isso porque a chuva de meteoros Perseidas, que acontece todos os anos no mês de agosto, poderá ser vista de todo o território brasileiro na madrugada deste domingo (12) para a segunda (13).
De acordo com a astrônoma e pesquisadora do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) do Rio de Janeiro, Doutora Patrícia Figueiró Spinelli, a chuva de meteoros Perseidas, assim como outras chuvas de estrelas cadentes, consiste em uma série de rochas deixadas para trás por cometas.
“Se a órbita do cometa cruzar com a órbita da Terra, significa que os detritos soltos no espaço serão encontrados pelo nosso planeta sempre que passarmos por este ‘ponto de encontro entre órbitas”, explica a cientista.
“Ao entrarem na atmosfera terrestre, tais detritos tornam-se incandescentes pelo choque com o ar e brilham, cruzando o céu rapidamente”, completa. E foi assim que surgiu a expressão ‘estrelas cadentes’.
No caso da Perseidas, o fenômeno é formado pelos detritos do cometa Swift-Tuttle, e todos os anos tem seu ápice entre os dias 11 e 13 de agosto. Isso acontece porque tais rochas estão localizadas em determinado local da órbita da Terra, e como nosso planeta percorre um percurso fechado de 365 dias, ele sempre demora o mesmo período para chegar até o ponto da chuva de meteoros.
“Caso algum ponto desta órbita estiver “povoado” com restos de cometa, cada vez que a Terra passar por esse ponto, haverá uma chuva de meteoros relativa a esse cometa. No ano seguinte, ao passar pelo mesmo ponto, a Terra encontrará os detritos e a chuva volta a acontecer. E sucessivamente a cada ano”, esclarece Spinelli.
Por mais que a Terra esteja passando pela região dos detritos de um cometa, isso não é o suficiente para garantir que o fenômeno astronômico possa ser observado a olho nu. “Há uma série de fatores que influenciam a visibilidade”, diz a astrônoma, “O primeiro é o próprio rastro que o cometa deixa. Se tiver mais partículas, veremos mais ‘estrelas cadentes’ por hora”.
Além disso, é preciso ter o horizonte da direção da chuva “livre” para a observação, contar com pouca poluição luminosa da área de onde se está olhando (cidades grandes podem ofuscar completamente o evento), e também torcer para a fase ideal da lua. No caso, a lua nova é perfeita para isso porque, nesta etapa, nosso satélite natural não fica visível e, assim, não ofusca as rochas do cometa.
"Temos que olhar na direção da constelação de Perseus a partir das 0h30. Ela estará rente ao horizonte, entre o ponto cardeal norte e leste. Na medida em que as horas forem se passando, a constelação vai ganhando altura no céu", instruiu a pesquisadora.