Mandioca, café, arroz, feijão e outros alimentos devem perder área plantada até 2031
Redução do plantio pode ser compensada por ganhos de produtividade, indica estudo do Ipea
Domingo, 07 de Julho de 2024 - 12:00 | Redação
Alimentos comuns ao dia a dia do brasileiro — como mandioca, café, arroz, laranja e feijão — devem perder área plantada até 2031. A previsão consta do estudo “Saldo agropecuário brasileiro de 1989 a 2022: mudança de perfil e cenário global” publicado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
De acordo com o documento, essas lavouras são classificadas como “potenciais importações” brasileiras para os próximos anos. As informações são do R7. A análise se pauta na Projeções do Agronegócio lançadas pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
As maiores quedas são no plantio de arroz e de feijão, que devem perder cerca de um milhão de hectares em área plantada cada. Em seguida estão as lavouras de mandioca, com uma redução de 222 mil hectares (ha) de lavoura; café, -194 mil ha; laranja, -116 mil ha; cacau, - 35 mil ha; batata inglesa, -24 mil ha; banana, -18 mil há; maçã, -2 mil há; mamão, -1 mil ha.
O estudo do Ipea indica que essas perdas podem ser compensadas por ganhos de produtividade, “ao menos em parte”. O texto ressalta também que “porque os mercados mundiais de mandioca e de feijão, por exemplo, são comparativamente pequenos”, o que deve conter a necessidade de importação brasileira para esses itens específicos.
Commodities agrícolas com maior potencial de exportação estão associadas ao aumento da área plantada
Na outra ponta, algodão e grãos, como soja e milho de segunda safra, terão forte aumento da área plantada. Esses produtos, junto as carnes, também estão associados ao potencial de exportação e desenvolvimento econômico global. Manga e outras frutas aparecem ainda com uma projeção positiva, tanto na produção nacional como no mercado comprador de outros países.
São consideradas commodities agrícolas todas as mercadorias produzidas pelo setor e que tenham alto valor no mercado internacional, além de serem negociadas nas bolsas de valores ao redor do mundo.
A pesquisa do Ipea destaca a importância destes produtos para a balança comercial brasileira, indicando, inclusive que o agronegócio foi o único setor superavitário no país nos últimos 15 anos.